sexta-feira, 10 de abril de 2015

Conto - Zafrina uma Aventura na África

Bruna Carolina M. Ramos

Zafrina uma aventura na África



    É bem comum reclamarmos do quanto nossa vida está difícil, que não aguentamos mais tanta pressão, estresse, barulho, sempre falta algo para dar sentido, nunca estamos contentes com o que temos e muito menos com o estilo de vida que levamos. Bom o que nós nos esquecemos de pensar é que  existem coisas que tem muito mais valor do essas futilidades com as quais estamos preocupados em ter, coisas básicas e vitais para a vida de um ser humano como a água, muitas pessoas não possuem este recurso natural tão importante. Nesta história você irá descobrir o verdadeiro valor de uma amizade que vai além do preconceito e o quão grande é o sofrimento vivido por milhares de pessoas em alguns países da África.
     Na cidade de New York vive Albert Sthanley junto com seus pais, Mara e Kevin, moram em um bairro próximo ao Central Park, o lugar preferido do garoto para passear, ele sempre dizia que o parque era mágico, pois lhe trazia boas vibrações, por essa razão para agradar ao menino os pais sempre o levavam para dar uma rápida caminhada todos os dias depois da escola. Albert levava uma vida feliz, seus pais o amavam incondicionalmente, tinha muitos amigos, não lhe faltava nada. Inteligente e esforçado, procurava aumentar cada vez mais seus conhecimentos, pois tinha um sonho que ele queria realizar acima de tudo, desejava ser médico, não pela razão de possuir um Dr. em seu nome, possuir um diploma, ter um salário alto, enfim a intenção não era se exibir, sua visão foi muito mais longe, o menino queria ajudar as pessoas que precisassem, aquelas esquecidas pelo restante do mundo que tinham que lutar bravamente por sua sobrevivência. Um dia conversando, a família começou a cogitar uma possível viagem de férias, que seria em outro país, então iniciou se uma discussão longa e divertida, cada um falava um país que sempre quis conhecer e as belezas que vira em documentários, fotos e manchetes, o primeiro a ser pensado foi o Brasil, que sempre ouviram falar de suas grande riqueza cultural e natural, cheio de cor e vida, de um povo feliz e acolhedor, mas apesar de todos esses atrativos, faltava algo que os instigasse mais a querer conhecer, logo em seguida a mãe de Albert teve uma ideia de viagem diferente, e com certeza um país excelente a ser visitado, China, este também possuía uma cultura altamente rica, cheio de lendas e belezas, de uma história interessante que valia a pena ser explorada, enfim todos estes argumentos chamaram sem dúvida a atenção da família, certamente seria China o destino das férias dos Sthanley.
    Após a conversa sobre a viagem, mais tarde, a família se unira na mesa de jantar, e enquanto a mãe de Albert preparava a refeição ele e seu pai começaram a pensar nos lugares que visitariam e nas comidas que pretendiam experimentar, riam muito pois algumas das iguarias chinesas eram bem diferentes do que se poderia chamar de comum, comer formiga por exemplo, não era uma das metas deles. Depois do jantar todos seguiram para a sala de estar, sentaram se no sofá e ligaram a televisão para assistir ao jornal, gostavam de estar sempre em dia com as noticias tanto locais quanto as de outros países. Vendo o noticiário, viram uma noticia sobre a África que lhes deixou comovidos,falava que  239 milhões de africanos sofrem com a dor da fome, dizia também que hoje existem mais crianças desnutridas do que a 30 anos, tudo isso é causa das disputas territoriais, dos investimentos em armamentos de guerras, não lembram das necessidades do povo. Depois do fim do jornal, Albert diz ao pais que depois do que acabara de  ver no noticiário sente que eles deviam mudar o destino desta viagem de férias e seguirem para a África, pois ele queria ver de perto o modo de vida das pessoas de lá e se possível  tentar ajudar, pois existiam crianças da mesma idade que a dele que não tinham as mesmas oportunidades que ele tem, os pais comovidos com o modo de pensar do menino decidiram que a partir daquele momento que descobririam toda a rica e valiosa cultura africana, que com certeza era muito além das belas imagens que se passa nos filmes, uma África real da qual eles estavam prestes a conhecer.
    Duas semanas depois de decidirem qual seria o destinatário da viagem, Albert e seus pais arrumaram suas malas e passagens e partiram para sua grande aventura no continente africano, mal podiam esperar para conhecer mais a fundo suas belezas e cultura. Logo após algumas horas de viagem, desembarcaram do avião no aeroporto do Zimbabwe, já dava para ver um pouco da cultura através das pessoas o modo como se vestiam, depois disso saíram dali com um guia turístico para que pudessem explorar mais os lugares que mais queriam conhecer. O pai de Albert, Kevin pediu ao guia que lhes levasse para um lugar onde se poderia ver realmente a verdadeira cultura do país, ver como viviam as pessoas, assim o guia seguiu para um povoado que ficava a alguns quilômetros de onde estavam, no caminho puderam ver algumas das características da vegetação africana, a savana que tinha a presença de alguns animais também típicos da região, como a girafa e a zebra, tudo isso encheu os olhos da família que só havia visto aqueles e os demais animais na televisão nos filmes e documentários, ficaram deslumbrados com a paisagem, principalmente Albert que estava eufórico queria conhecer mais ver mais, não conseguia parar de amar o que estava vendo, disse a seus país que havia se equivocado em relação ao lugar mais mágico do mundo que até então ele considerava o Central Park, mas agora que pode conhecer algo além do que estava acostumado a ver e amar, viu que a magia esta onde amamos estar não apenas em um lugar, e naquele momento ele estava adorando estar ali junto a sua família descobrindo algo novo e especial. Antes de chegar ao povoado que já estava bem próximo dali, o guia lhes avisou de antemão que não se assustassem com o que viriam a ver, pois apesar de terem visto e se maravilhado antes, agora toda a magia poderia se acabar com a dura realidade de um dos países mais pobres do mundo.          Chegando ao povoado, sentiram o coração bater mais depressa e os olhos se encherem de lágrimas, era impossível estar ali e não se comover com a situação, algo lamentável e triste, as pessoas definhando, pareciam estar totalmente desidratadas, os olhares eram tristes, um cenário desolador que chocava, as crianças brincavam no chão estavam  sujas e magras, o pai de Albert pede ao guia que pergunte a uma das crianças que vira o que ela havia comido durante o dia, o guia foi até a criança e fez a pergunta, ao voltar o guia lhes disse que ela só havia comido um tipo de mingau que teve que dividir com a família e um pouco de água que a mãe havia conseguido que também tiveram de dividir pois não havia muito, nesse momento o pai de Albert se aproximou e lhe deu a sua garrafa com água que tinha trazido com ele para a criança, que estava tão fragilizada pela falta de alimento que precisou que ele a ajuda se a beber, fora uma cena tocante, enquanto lhe dava de beber lágrimas escorriam pela sua face sem cessar, pois ele viu o tamanho desespero da criança que bebera muito depressa a água da garrafa, naquele momento vendo a dura realidade que aquele povo vivia Albert pede a mãe que eles fiquem ali pois ele quer conhecer fazer amizade com os moradores, sua mãe conversa com o marido que aceita mas diz que não podem ficar agora devem se preparar com mantimentos e barracas, então falaram com o guia que disse que iria providenciar para que no dia seguinte estivesse tudo pronto. Na volta para a cidade a família conversava a respeito do que viram na tarde que ficaram no povoado, e durante a conversa decidiram que iriam ajudar aquelas pessoas não importava quanto tempo isso levaria, mas eles fariam algo para amenizar o sofrimento daquele povo.
     No dia seguinte, o guia havia preparado tudo o que eles precisariam para se manter no local, e a pedido do senhor Kevin trouxe também um grande volume de comida e água potável que pudesse extinguir a sede e a fome das pessoas do povoado, tendo feito isso seguiram para lá, ao chegarem foram recebidos com carinho, lhes deram de comer e beber, era bonito de ver, pois o bem que estavam fazendo aquelas pessoas sem dúvida alguma era muito importante. Em meio as pessoas Albert foi tentando conhecer cada uma delas com a ajuda do guia, que também lhe ensinou algumas palavra para ele pudesse se comunicar. Durante as conversas Albert viu uma menina que aparentava ter a sua idade, era bem magra e estava de costas para ele, a menina dava alimento a um menino bem pequeno que supunha ser seu irmão, resolveu se aproximar perguntou lhe seu nome como havia ensinado o guia, ela meio receosa se afastou um pouco, então o menino chamou Dulani que era o guia, para este pudesse ajuda ló a comunicar se com a menina, aos poucos Dulani foi explicando a ela a verdadeira intenção de Albert e de suas família, então ela finalmente se mostrou aberta a conversa, assim o menino se apresentou e em seguida perguntou como se chamava, a menina disse que se chamava Zafrina ela contou que significava graciosa, sua mãe contou a ela que lhe deu esse nome porque ela havia nascido em um momento em que a situação não era muito boa, mas estava tão feliz com seu nascimento que se sentiu agraciada, bom ela lhe contou muitas outras coisas, seu sonho era ajudar seu povo, queria que um dia seu sofrimento acabasse, contou a ele que deseja ser médica quando crescesse para curar as pessoas de graça, Albert lhe disse que também desejava se tornar um médico pela mesma razão que ela, bem a conversa foi longa, nem perceberam o tempo passar só pararam depois do jantar quando havia chegado a hora de se recolher, então Albert e Zafrina disseram boa noite foram dormir, a partir daquele dia uma linda amizade brotou entre os dois. Todos os dias juntos eles ajudavam a distribuir o café da manhã para as pessoas e corriam para junto das outras crianças perguntando se alguma delas precisava de algum medicamento ou cuidado especial que eles ajudariam, mas nada tão grave além de desidratação e desnutrição que foram melhorando com o tempo, bom vendo a grande melhora que haviam feito o pai de Albert fez muitas ligações para New York tentando conseguir ajuda com seus colegas do escritório de economia onde trabalhava para o povoado, e conseguira pouca mas já dava para ajudar, enquanto isso a Mara a mãe do menino estava tentando conseguir ajuda local para dar início a um projeto que pudesse colaborar na educação das crianças que ainda não sabiam escrever seu próprio nome, e claro no fornecimento de água potável e alimento. A aliança entre as pessoas daquele povoado e os Sthanley se tornou muito forte, o povo confiava neles sabiam que alguém finalmente se preocupara com sua existência. Como se tornou muito amiga de Albert todos os dias ela o levava para conhecer um lugar diferente, um mais bonito que o outro, mais em especial ele se encantara com uma árvore alta e tortuosa na qual eles sempre subiam em cima para contar histórias e falar sobre o que haviam feito durante o dia, ficavam na árvore até tarde só saiam de lá na hora do jantar. Bom passaram se dois meses e meio as férias estavam chegando ao fim, Albert começou a ficar preocupado pois teriam de ir embora e ele deixaria Zafrina para trás, ficava pensando no que fazer para que isso não acontecesse, conversou com seus pais sobre morar ali, então eles disseram que não seria possível pois tinham uma vida nos Estados Unidos, e que ele não precisava se preocupar com Zafrina e o restante do povoado, porque iriam deixar gente responsável cuidando de tudo e ficariam sabendo de tudo que acontecesse, mas o menino não ficou feliz ele realmente teria de deixar sua amiga que tanto adorava ali. Um dia antes da viagem de volta Albert foi falar com Zafrina disse a ela que iria embora no dia seguinte, naquele momento uma lágrima escorreu de seus olhos castanho escuro até o seu queixo, nesse momento Albert lhe deu um abraço bem forte e não a soltou, lhe disse que não importava a distância eles sempre seriam amigos, e que ele daria um jeito de se comunicar com ela enquanto estivesse longe, assim ele a soltou e limpou seu rosto, com um olhar triste Zafrina deu lhe um cordão que tinha como pingente uma pedra da cor verde esmeralda, disse que enquanto ele usasse o cordão ela sempre estaria com junto dele o protegendo, falando isso a menina saio correndo para sua tenda, e Albert triste foi até a árvore deles para se despedir sentir a brisa que soprava em sua face e ver as estrelas que ele nunca podia ver em suas cidade por causa de todas as luzes das construções, e escutar o barulho da natureza que era quase impossível com tantos carros, Televisão, músicas entre outros que faziam muito barulho, dali foi para sua tenda, ficando lá até o dia clarear, com as malas já prontas se despediram dos amigos que fizeram ali, todos muito agradecidos cantaram uma canção de suas tradição em forma de agradecimento, e assim tendo se despedido de todos os Sthanley subiram até o carro onde Dulani os aguardava até que Zafrina surge para dar o último abraço de despedida em Albert que ficou muito feliz de sua amiga ter vindo lhe ver antes de ele partir, tendo se despedido dele a família partiu de volta para sua cidade, com uma felicidade muito grande por ter ajudado aquelas pessoas mas também com um peso no peito por ter os deixado, mas eles sabiam que não poderiam ficar e ali onde estavam agora poderiam arrecadar mais dinheiro para ajuda lós, e foi o que fizeram, o projeto que havia sido iniciado no Zimbabwe estava dando muito certo. Apesar de estarem felizes pelo sucesso do projeto os pais de Albert estavam preocupados pois ele andava muito triste pois estava longe de sua grande amiga, então decidiram em dar um jeito de ele poder se comunicar com ela. Um dia depois de chegar da escola os pais de Albert o levaram para dar uma volta no Central Park e enquanto perguntavam sobre seu dia na escola, disseram a ele que ao voltarem para casa teria um presente a sua espera. Chegando em casa os pais o levaram até a biblioteca e pediram que ele se sentasse em frente ao computador, Albert não estava entendendo nada, até que seu pai ligou a webcam e então ele viu um rosto familiar e dez seu coração encher se de alegria era Zafrina sua amiga que também ficara muito feliz em velo novamente, ele perguntou a ela como conseguira falar com ele, então ela explicou que graças a seus pais que mandaram dinheiro conseguiram comprar computadores para auxiliar na educação dos alunos da nova escola, enfim ela estava muito agradecida pelo presente, bom depois disso todos os dias depois da escola Albert e Zafrina conversavam pela internet e através do email que ela aprendeu a mandar, e assim foram se comunicando até as férias que já tinham um destinatário Zimbabwe África que não demorava chegar Zafrina disse a Albert que tinha muitas coisas novas para lhe mostrar, muitas aventuras ainda estavam por vir durante as férias dos dois amigos.

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